Não se esqueça de que Deus é o tema central de nossos destinos.
Deseje o bem dos outros, tanto quanto deseja o próprio bem.
Concorde imediatamente com os adversários.
Respeite a opinião dos vizinhos. Evite contendas desagradáveis.
Empreste sem aguardar restituição.
Dê seu concurso às boas obras, com alegria.
Não se preocupe com os caluniadores.
Agradeça ao inimigo pelo valor que ele lhe atribui.
Ajude as crianças.
Não desampare os velhos e doentes.
Pense em você, por último, em qualquer jogo de benefícios.
Desculpe sinceramente.
Não critique a ninguém.
Repare seus defeitos, antes de corrigir os alheios.
Use a fé e a prudência.
Aprenda a semear, preparando boa ceifa.
Não peça uvas ao espinheiro.
Liberte-se do peso de excessivas convenções.
Cultive a simplicidade.
Fale o menos possível, relativamente a você e a seus problemas.
Estimule as qualidades nobres dos companheiros.
Trabalhe no bem de todos.
Valorize o tempo.
Metodize o trabalho, sabendo que cada dia tem as suas obrigações.
Não se aflija.
Sirva a toda gente sem prender-se.
Seja alegre, justo e agradecido.
Jamais imponha seus pontos de vista.
Lembre-se de que o mundo não foi feito apenas para você.
*
As ciências sociais de hoje apresentam semelhantes princípios como novidades. No entanto, são antigos. Chegaram à Terra, com o Cristo, há quase vinte séculos. Nós outros, porém, espíritos atrasados no entendimento, somos ainda tardios na aplicação.
XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Cristã. Pelo Espírito André Luiz. FEB. Capítulo 2. Edição de Bolso.
"E, despedida a multidão, subiu ao monte a fim de orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só." - (MATEUS, capítulo 14, versículo 23.)
De vez em quando, surgem grupos religiosos que preconizam o absoluto retiro das lutas humanas para os serviços da oração.
Nesse particular, entretanto, o Mestre é sempre a fonte dos ensinamentos vivos. O trabalho e a prece são duas características de sua atividade divina.
Jesus nunca se encerrou a distância das criaturas, com o fim de permanecer em contemplação absoluta dos quadros divinos que lhe iluminavam o coração, mas também cultivou a prece em sua altura celestial.
Despedida a multidão, terminado o esforço diário, estabelecia a pausa necessária para meditar, à parte, comungando com o Pai, na oração solitária e sublime.
Se alguém permanece na Terra, é com o objetivo de alcançar um ponto mais alto, nas expressões evolutivas, pelo trabalho que foi convocado a fazer. E, pela oração, o homem recebe de Deus o auxílio indispensável à santificação da tarefa.
Esforço e prece completam-se no todo da atividade espiritual.
A criatura que apenas trabalhasse, sem método e sem descanso, acabaria desesperada, em horrível secura do coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa, estaria ameaçada de sucumbir pela paralisia e ociosidade.
A oração ilumina o trabalho, e a ação é como um livro de luz na vida espiritualizada.
Cuida de teus deveres porque para isso permaneces no mundo, mas nunca te esqueças desse monte, localizado em teus sentimentos mais nobres, a fim de orares "à parte", recordando o Senhor.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 6.
Quando estudamos a lição dos trabalhadores da última hora, nas páginas divinas do Evangelho, recordamos que, realmente, trabalhando, é possivel alcançar todas as realizações que nos propomos atingir.
*
Trabalhando, o coração empolgado pelo desânimo, pode converter, de imediato, as trevas da amargura em claridades imperecíveis de alegria e esperança.
*
Trabalhando, a criatura frágil, se fortifica, pouco a pouco, dominando o campo em que respira, vive e cresce.
*
Trabalhando, a mente atacada pelo veneno do ódio ou da desesperação, encontra recursos para compreender as próprias lutas, com mais clareza, aprendendo a transformar revolta e fel em paciência e perdão.
*
Trabalhando, a alma isolada pela discórdia, pode surpreender a abençoada luz da harmonia e da paz, depois de longas noites de conflito e agonia.
*
Trabalhando, o mau se faz bom, o adversário se transforma em amigo, o infeliz atinge a casa invisível e brilhante do eterno júbilo.
*
Guardemos a palavra de Jesus e trabalhemos sempre na extensão do bem.
O livro ou tribunal, a enxada ou a semente aguardam nossos braços, tanto quanto os sábios e os ignorantes esperaram por nossa cooperação cada dia.
*
Fujamos as sombras densas e guerras escuras do nosso próprio "eu", devotando-nos ao serviço de Deus, na pessoa e nos círculos dos nossos semelhantes.
*
Plantando a felicidade dos outros, encontraremos a nossa própria felicidade.
Um anjo que se ponha a dormir num vale, tentado pelo perfume das flores efêmeras, pode repousar indefinidamente nas trevas, enquanto que o aleijado que se disponha a arrastar-se, sangrando o corpo e cobrindo-se de suor, na subida do monte, pode alcancar glória do cimo e banhar-se de sublimes clarões, antes dos que dormem, com graça divina da gloriosa alvorada...
*
Os últimos serão os primeiros - disse o Senhor!
Em verdade, será difícil a compreensão de semelhante ensino para nossa lógica habitual, entretanto, se vives servindo, compreenderás que o trabalho realmente pode operar o divino milagre.
XAVIER, Francisco Cândido. Alma e Luz. Pelo Espírito Emmanuel. IDE.
O reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu de madrugada, a fim de assalariar trabalhadores para a sua vinha. - Tendo convencionado com os trabalhadores que pagaria um denário a cada um por dia, mandou-os para a vinha. - Saiu de novo à terceira hora do dia e, vendo outros que se conservavam na praça sem fazer coisa alguma, - disse-lhes: Ide também vós outros para a minha vinha e vos pagarei o que for razoável. Eles foram. - Saiu novamente à hora sexta e à hora nona do dia e fez o mesmo. - Saindo mais uma vez à hora undécima, encontrou ainda outros que estavam desocupados, aos quais disse: Por que permaneceis aí o dia inteiro sem trabalhar? - É, disseram eles, que ninguém nos assalariou. Ele então lhes disse: Ide vós também para a minha vinha.
Ao cair da tarde disse o dono da vinha àquele que cuidava dos seus negócios: Chama os trabalhadores e paga-lhes, começando pelos últimos e indo até aos primeiros. - Aproximando-se então os que só à undécima hora haviam chegado, receberam um denário cada um. - Vindo a seu turno os que tinham sido encontrados em primeiro lugar, julgaram que iam receber mais; porém, receberam apenas um denário cada um. - Recebendo-o, queixaram-se ao pai de família, - dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora e lhes dás tanto quanto a nós que suportamos o peso do dia e do calor.
Mas, respondendo, disse o dono da vinha a um deles: Meu amigo, não te causo dano algum; não convencionaste comigo receber um denário pelo teu dia? Toma o que te pertence e vai-te; apraz-me a mim dar a este último tanto quanto a ti. - Não me é então lícito fazer o que quero? Tens mau olho, porque sou bom?
Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos, porque muitos são os chamados e poucos os escolhidos. (S. MATEUS, cap. XX, vv. 1 a 16. Ver também: “Parábola do festim das bodas”, cap. XVIII, nº 1.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 20. Item 1.
Se teus encargos te parecem pesados em demasia, não te abandones à impressões negativas e sim ergue-te em espírito ante a luz da compreensão.
*
Comparemos a existência, quando na Terra a um campo que o Senhor nos concede cultivar.
Cada criatura permanece na gleba que lhe coube.
Decerto encontraremos pedras a remover, espinheiros a suprimir, ervas selvagens a erradicar e certos tratos de solo por adubar e corrigir.
Companheiros existem a se queixarem de quaisquer climas e, temendo o trabalho, se marginalizam na expectação.
Esses amigos, no entanto, não se surpreenderão, na hipótese de se verem, um dia, cercados por pragas invasoras, no quinhão de terra que a Divina Providência lhes haverá confiado.
*
Na imagem a que nos reportamos, se destaca um símbolo ainda que pálido de nossa passagem no Plano Físico.
É imperioso, de nossa parte, educar instintos, sublimar impulsos, estabelecer o auto-domínio e aprimorar-nos, quanto possível, no transcurso do tempo em que usufruamos a gleba de nossas realizações no mundo, em regime de comodato.
*
Se aguaceiros de desenganos te encharcam os dias, se tempestades de sofrimento te compelem à mudanças difíceis, se provas inesperadas te induzem à tribulações e crises de variada espécie, não te abatas e continua nas tarefas que a vida te reservou.
*
Haja o que houver, adianta-te e faze o melhor que possas.
*
Recorda que é preciso semear o bem, por dentro de nós e por fora de nós, onde estivermos, de vez que, nessas diretrizes, o bem se nos fará alegria e paz, coragem e esperança, nas áreas de cada hora.
*
Se algo te fez parar no serviço do bem a que te impuseste, recebendo o empréstimo da existência no mundo, refaze as próprias energias, levanta-te das sombras da tristeza e não te acomodes com a inércia.
*
Prossegue constantemente no encalço do bem a que somos chamados.
Reanima-te em qualquer lance difícil do caminho e confia na Divina Providência que jamais nos abandona. E, sobretudo, guarda a certeza de que o desânimo, ainda mesmo quando na embalagem das mais belas frases, nunca auxiliou e nem melhorou a ninguém.
XAVIER, Francisco Cândido. Amigo. Pelo Espírito Emmanuel. CEU, 1979. Capítulo 5.