A Maternidade e o Amor a Deus

Deus nos deixa com o livre-arbítrio para decidirmos se cometeremos ou não o hediondo crime do aborto, uma vez que somos responsáveis pelos nossos próprios atos. Mas Deus não dá a ninguém o direito de eliminar a vida de um ser que está em formação no organismo materno, pois este direito somente Ele o possui. Quem está patrocinando o renascimento de qualquer criança, antes de tudo, é DEUS.

A maior luz e a maior força de amor na maternidade é a de DEUS.

A organização física e os elementos genésicos femininos e masculinos são criação de DEUS e todo o processo e formação da criança no ventre materno está sob a diretriz de suas Leis, A participação da mulher na maternidade não é absoluta, mas parcial, pois a maior pertence a DEUS. Nossos filhos, antes de tudo, são filhos de DEUS, como esclarece o Espírito Emmanuel:

"A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de DEUS".

BARCELOS, Walter. Sexo e Evolução. FEB. Aborto e Justiça Divina.

O Necessário

"Mas uma só coisa é necessária." - Jesus. (LUCAS, 10:42.)

Terás muitos negócios próximos ou remotos, mas não poderás subtrair-lhes o caráter de lição, porque a morte te descerrará realidades com as quais nem sonhas de leve...

Administrarás interesses vários, entretanto, não poderás controlar todos os ângulos do serviço, de vez que a maldade e a indiferença se insinuam em todas as tarefas, prejudicando o raio de ação de todos os missionários da elevação.

Amealharás enorme fortuna, todavia, ignorarás, por muitos anos, a que região da vida te conduzirá o dinheiro. Improvisarás pomposos discursos, contudo, desconheces as conseqüências de tuas palavras.

Organizarás grande movimento em derredor de teus passos, no entanto, se não construíres algo dentro deles para o bem legítimo, cansar-te-ás em vão.

Experimentarás muitas dores, mas, se não permaneceres vigilante no aproveitamento da luta, teus dissabores correrão inúteis.

Exaltarás o direito com o verbo indignado e ardoroso, todavia, é provável não estejas senão estimulando a indisciplina e a ociosidade de muitos.

"Uma só coisa é necessária", asseverou o Mestre, em sua lição a Marta, cooperadora dedicada e ativa.

Jesus desejava dizer que, acima de tudo, compete-nos guardar, dentro de nós mesmos, uma atitude adequada, ante os desígnios do Todo-Poderoso, avançando, segundo o roteiro que nos traçou a Divina Lei. Realizado esse "necessário", cada acontecimento, cada pessoa e cada coisa se ajustarão, a nossos olhos, no lugar que lhes é próprio. Sem essa posição espiritual de sintonia com o Celeste Instrutor, é muito difícil agir alguém com proveito.

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 3.

Questões 1000 a 1002 - Arrependimento e Expiação

Respostas dos guias espirituais para Allan Kardec no Livro dos Espíritos.

1000. Já desde esta vida poderemos ir resgatando as nossas faltas?

"Sim, reparando-as. Mas, não creiais que as resgateis mediante algumas privações pueris, ou distribuindo em esmolas o que possuirdes, depois que morrerdes, quando de nada mais precisais. Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito. A perda de um dedo mínimo, quando se esteja prestando um serviço, apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado durante anos, com objetivo exclusivamente pessoal. (ver questão 726)

"Só por meio do bem se repara o mal e a reparação nenhum mérito apresenta, se não atinge o homem nem no seu orgulho, nem no seus interesses materiais. "De que serve, para sua justificação, que restitua, depois de morrer, os bens mal adquiridos, quando se lhe tornaram inúteis e deles tirou todo o proveito?

"De que lhe serve privar-se de alguns gozos fúteis, de algumas superfluidades, se permanece integral o dano que causou a outrem?

"De que lhe serve, finalmente, humilhar-se diante de Deus, se, perante os homens, conserva o seu orgulho?" (ver questões 720-721)

1001. Nenhum mérito haverá em assegurarmos, para depois de nossa morte, emprego útil aos bens que possuímos?

"Nenhum mérito não é o termo. Isso sempre é melhor do que nada. A desgraça, porém, é que aquele, que só depois de morto dá, é quase sempre mais egoísta do que generoso. Quer ter o fruto do bem, sem o trabalho de praticá-lo. Duplo proveito tira aquele que, em vida se priva de alguma coisa; o mérito do sacrifício e o prazer de ver felizes os que lhe devem a felicidade. Mas, lá está o egoísmo a dizer-lhe: O que dás tiras aos teus gozos; e, como o egoísmo fala mais alto do que o desinteresse e a caridade, o homem guarda o que possui, pretextando suas necessidades pessoais e as exigências da sua posição! Ah! Lastimai aquele que desconhece o prazer de dar; acha-se verdadeiramente privado de um dos mais puros e suaves gozos. Submetendo-o à prova da riqueza, tão escorregadia e perigosa para o seu futuro, houve Deus por bem conceder-lhe, como compensação, a ventura da generosidade, de já neste mundo pode gozar." (ver questão 814)

1002. Que deve fazer aquele que, em artigo de morte, reconhece suas faltas, quando já não tem tempo de as reparar? Basta-lhe nesse caso arrepender-se?

"O arrependimento lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve. Diante dele não se desdobra o futuro, que jamais se lhe tranca?"

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995.

Investimentos

Na desenfreada correria da ambição, a que se vê impelido, o homem moderno investe.

Investimento na bôlsa de valôres, perseguindo moedas, acumulando títulos contábeis.

Investimento nas loterias, tentando as raras explosões da "sorte".

Investimento em negócios mirabolantes, buscando resultados de alta compensação.

Investimento nos jogos cambiais, ante as perspectivas da oscilação freqüente da moeda-ouro, na balança internacional, para os cometimentos da estroinice.

Investimento em empresas audaciosas, aspirando às promoções no campo dos altos negócios do utilitarismo.

Investimento no mercado de capitais, para os grandes jogos financeiros, de modo a alcançar as altas metas do poder terreno.

Investimento da saúde nas competições desportivas, disputando primazia.

Investimento da paz, nos complexos mecanismos da usura como da desonestidade, por cujos processos supõe e quer vencer...

E não poucos são vencidos em tais investimentos, padecendo neuroses angustiantes, aflições inomináveis, desgovernos odientos.

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A máquina publicitária, muito bem trabalhada para estimular a ganância dos incautos que sintonizam com os refrões da moda negocista, estimula o comércio hediondo do sexo desgovernado, conspirando afrontosamente contra as fontes genésicas, abastardando-as, ante a conivência e aceitação mais ou menos generalizada.

A onda alucinógena, invadindo lares e educandários, reduz as aspirações da inteligência e as expressões da emotividade, conduzindo todos às fugas espetaculares da realidade objetiva, facultando inevitáveis conúbios obsessivos com desencarnadoS do mesmo teor, em intercâmbio nefário.

A pregação da filosofia cínica encarrega-se de descoroçoar os ideais da beleza, fomentando os campeonatos da insensatez como da desordem, reduzindo a cultura e a moral à condição de ultrapassadas pelo impositivo da nova ordem em que os valôres apresentados são destituídos de valor real.

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Indubitavelmente o progresso é imperiosa necessidade de crescimento.

Progressos, no entanto, na vertical das conquistas superiores e não na horizontalidade das paixões animalizantes e dos agentes dissociativOs da comunidade, da família, do indivíduo.

Investe, porém, tu, no espírito imortal.

Sem que abandones o campo de trabalho onde fôste convidado a operar, lembra-te dos tesouros inesgotáveis da vida e aplica algum capital de horas, de valôres monetários, morais, intelectuais e da saúde nos sublimes comércios com a Espiritualidade Superior.

Com certeza, no jôgo dos investimentos chegará a hora da prestação de contas, e então compreenderás que os investimentos imediatos ficarão retidos nas aduanas da Terra, enquanto os da vida abundante e somente estes, seguirão contigo por todo o sempre.

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"Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos". (Mateus: capítulo 25º, versículo 28.)

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"Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção uma pequena soma. Aquêle cujos pensamentos se Concentram na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera". (Evangelho Segundo O Espiritismo. Capítulo 2º, — Item 6, parágrafo 3)

FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 6.

Credores Diferentes

"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos." - Jesus. (MATEUS, 5:44.)

O problema do inimigo sempre merece estudos mais acurados.

Certo, ninguém poderá aderir, de pronto, à completa união com o adversário do dia de hoje, como Jesus não pôde rir-se com os perseguidores, no martírio do Calvário.

Entretanto, a advertência do Senhor, conclamando-nos a amar os inimigos, reveste-se de profunda significação em todas as facetas pelas quais a examinemos, mobilizando os instrumentos da análise comum.

Geralmente, somos devedores de altos benefícios a quantos nos perseguem e caluniam; constituem os instrumentos que nos trabalham a individualidade, compelindo- nos a renovações de elevado alcance que raramente compreendemos nos instantes mais graves da experiência. São eles que nos indicam as fraquezas, as deficiências e as necessidades a serem atendidas na tarefa que estamos executando.

Os amigos, em muitas ocasiões, são imprevidentes companheiros, porquanto contemporizam com o mal; os adversários, porém, situam-no com vigor.

Pela rudeza do inimigo, o homem comumente se faz rubro e indignado uma só vez, mas, pela complacência dos afeiçoados, torna-se pálido e acabrunhado, vezes sem conta.

Não queremos dizer com isto que a criatura deva cultivar inimizades; no entanto, somos daqueles que reconhecem por beneméritos credores quantos nos proclamam as faltas.

São médicos corajosos que nos facultam corretivo.

É difícil para muita gente, na Terra, a aceitação de semelhante verdade; todavia, chega sempre um instante em que entendemos o apelo do Cristo, em sua magna extensão.

XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 41.