Firmeza no Ideal

A perseverança nos ideais superiores da vida é dos mais difíceis desafios para o homem de bem.

Terminada uma etapa, desdobra-se outra, à frente.

Vencida uma dificuldade, outra se delineia.

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Passo dado enseja distâncias a conquistar.

Tarefa concluída é começo de tarefas mais desafiadoras.

E quando se pensa que os impedimentos mais graves foram ultrapassados, surgem situações e obstáculos de transposição mais demorada.

Diferente, no entanto, não pode ser o cometimento.

Cada conquista habilita o indivíduo a mais audaciosos tentames, ao invés de convidá-lo ao parasitismo e à inação.

O exercício é o mestre paciente que capacita qualquer pessoa para as realizações mais complexas.

O que ora parece impossível, mais tarde se torna realização concluída.

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O conhecimento do alfabeto, na arte de ler e escrever, não encerra a luta do aprendiz, antes desdobra-lhe os imensos campos do saber que o aguarda.

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Nunca desfaleças, portanto, nas lides nobres, especialmente no labor da fé regeneradora diante das tentações e dos desencantos, das agressões sofridas e das deserções observadas.

Enquanto não haja um equilíbrio de valores morais, que permita uma realização tranqüila, as dificuldades se multiplicarão.

Nessa época, porém, quando tal suceder, a tua contribuição será, certamente, menos valiosa do que agora, quando as necessidades são mais volumosas e os servidores do bem escasseiam.

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Em toda parte detectas o sofrimento e o desespero, a alucinação e a amargura, ceifando vidas.

Essa, entretanto, é a tua área de auto-iluminação e de serviço fraternal a favor de todos.

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Se não te aceitam integralmente, tem calma e prossegue.

Se te retribuem os gestos amigos com o olvido e a ingratidão, mais te apiada e continua sem descoroçoamento.

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Considera as tempestades destruidoras que a árvore vetusta experimentou, antes de enrijecer as fibras e tornar-se vitoriosa, aguardando, sem reclamação, a poda parcial ou a derrubada total que a fará peça de alta utilidade.

Medita a respeito do esforço hercúleo aplicado por qualquer artista, antes de alcançar o acume do êxito, bem como do preço das renúncias que se impôs, apesar de nem sempre atingir a plenitude íntima da busca a que se entrega.

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Não anotes tropeços, nem arroles dificuldades, deixando no esquecimento aqueles que te não partilham dos objetivos.

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Que restou do Império romano que desdenhou Jesus?

Os mordazes fariseus que O assediavam sucumbiram ante o túmulo e ficaram esquecidos.

A lembrança que deles se guarda é negativa e depreciadora.

Que foi feito do Concílio de Constança, que levou à fogueira João Huss?

O bispo que conduziu Joana D’Arc ao martírio não ficou indene à morte.

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Os que tentaram impedir o progresso da ciência, da filosofia e das artes, avançaram no rumo da sepultura, cedendo lugar ao crescimento da Humanidade.

Estes ásperos dias, assinalados por sombras e perturbações, nos quais, todavia, se encontram inumeráveis apóstolos da verdade, são o amanhecer de ditosos tempos que já se anunciam em luz e paz.

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Fixa-te nos ideais da beleza e do amor, sem te preocupares com as excentricidades em voga e acende a esperança nas almas, conduzindo as tuas aspirações superiores ao encontro da tua ressurreição ditosa. Nas ciladas que se te apresentem na senda, assume a atitude de fé e ora, prosseguindo com destemor, na certeza da vitória inquestionável que conseguirás.

FRANCO, Divaldo Pereira. Receitas de Paz. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.