"A ninguém é concedida a faculdade de interromper o fenômeno da vida sem assumir penoso compromisso de que não se libertará sem pesado ônus."
A vida é patrimônio inalienável que ninguém tem o direito de limitar ou destruir, sob pena de assumir graves compromissos com as Leis Divinas. O Espírito André Luiz elucida:
"[...] Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso. A mulher que o promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo- -se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais,muita vez, desencarna demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. [...]"
Em outra de suas obras, o citado autor espiritual complementa: "No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em existência imediata àquela na qual se envolveu com compromissos desse jaez, na forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais, com evidenteobsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a deserção".
A Constituição atual preserva a vida em plenitude. Mas, até quando? A Carta Magna brasileira não pode ser maculada por simples capricho daqueles que não valorizam as leis da Natureza e nem mesmo a própria vida. Enquanto o ser humano situar os interesses materiais acima dos valores do Espírito a vida humana estará em perigo. Pode-se alterar as leis humanas de acordo com os interesses em jogo, mas as Leis Divinas são imutáveis e justas. Jamais será burlada. É o momento de se posicionar em defesa da vida a fim de banir o aborto do vocabulário humano.
Não existe dúvida de que a vida se inicia no momento da concepção. A própria Biologia confirma que o ser humano apresenta, desde o momento da concepção, todas as características que prevalecerão até a morte do corpo. Os Espíritos do Senhor, em sintonia com a Ciência, respondem ao questionamento de Allan Kardec:
"Em que momento a alma se une ao corpo?
A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. [...]"
Em uma outra questão os Espíritos da Codificação situam o aborto no mesmo patamar do homicídio:
"Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando".
Antes de qualquer atitude precipitada, é preciso raciocinar. A vida do embrião só a Deus pertence. Onde estaria a gestante se sua mãe tivesse abortado durante a sua gestação? A vida não é um brinquedo de que se desfaz a bel- -prazer. O aborto delituoso é condenado pela Doutrina Espírita, mesmo quando legalmente aprovado pelas leis humanas, uma vez que transgride as Leis Divinas.
A vida é uma arte divina e como tal deve ser respeitada e preservada a qualquer custo. O artista se consagra a partir do momento da criação, todavia, a obra de arte se valoriza após o período árduo da gestação que culmina na obra acabada. Nenhuma obra humana se iguala à escultura do ser. Fantástica, perfeita em linhas e detalhes, harmoniosa na forma e nas funções. Escultura Divina, nenhuma outra a ela se aproxima.Modelo imitado, jamais igualado. Emana das entranhas o sopro criador. É vida! Co-criadores humanos crêem-se com direitos plenos de vida e morte sobre a obra inacabada e arquitetam destruí- la ainda em gestação.Motivos fúteis, infantis, torpes... Nada justifica... Empecilhos existem, é natural, mas nada que não se resolva com vontade e amor. É vida, foco de luz; tesouro a ser lapidado. Obra divina confiada ao colo maternal.
Mãe! o Pai depositou em suas mãos o seu tesouro. Não o destrua, não aborte a maior, a mais perfeita de todas as artes: a vida de seu filho! Compete a você prosseguir na tarefa bendita de modelar o fruto sublime da Criação. Mãe, não destrua o seu direito intransferível de colaborar com as obras do Criador. E amanhã terá a certeza de haver contribuído com a própria felicidade.
A. Merci Spada Borges. Fonte: Reformador de Março de 2007.