Desengano
- "Caridade! Dom Júlio! Um pão dormido,
Tenho fome e este frio me enregela!..."
- "Nada tenho a doar para a favela,
Caridade é palavra sem sentido! ..."
Assim falou Dom Júlio Barbarela,
Mostrando coração empedernido...
Odiava escutar qualquer pedido,
No ouro e no egoísmo se encastela...
Já velho, viu a Morte... Espantadiço,
Clamou: - "Darei meu ouro e meu serviço! ...
Morte, somente peço dias calmos!..."
Mas, disse a Morte: - "Estás em despedida,
Das terras que tiveste em toda a vida,
Terás agora apenas sete palmos..."
Pelo Espírito Valentim Magalhães
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Confia e Serve. Espíritos Diversos. IDE.