Nossos Irmãos
"E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão." - João. (I JOÃO, 4:21.)
Em verdade, amamos a Deus, em todos os motivos de júbilo dentro da nossa marcha evolutiva. O Evangelho, entretanto, é farto de recomendações, no sentido de amarmos também os nossos irmãos, entre as pedras e sombras da escabrosa subida.
Certo, a palavra da Boa Nova não se reporta aos companheiros amados e felizes que já solucionaram conosco as questões de harmonia mental, e sim aos que respiram em nossa atmosfera, exigindo auxílio fraterno e seguro.
São eles:
- os nossos irmãos doentes que reclamam remédio;
- os infortunados que pedem consolo;
- os fracos que esperam defesa;
- os ignorantes que anseiam por esclarecimento; os desajustados que necessitam de compreensão;
- os criminosos distanciados do socorro e da luz;
- os insubmissos que nos desafiam a tolerância;
- os desequilibrados que nos induzem a vigiar para o bem;
- os demolidores que nos oferecem o ensejo de reconstruir;
- os revolucionários que nos auxiliam a reconhecer os benefícios da ordem;
- os que nos ferem, ajudando-nos a desbastar as próprias imperfeições;
- os que nos perseguem e caluniam, proporcionando-nos a oportunidade de suportar com o Cristo, na prática do Evangelho.
O irmão iluminado e bondoso, em si, já representa uma obra viva do Pai, através da qual O conhecemos e admiramos; o irmão ignorante ou infeliz, porém, é uma obra que o Céu nos convida a amparar e embelezar, no rumo da perfeição, em nome do Todo- Misericordioso.
Se amas a Deus no irmão que te entende e ajuda, não te esqueças de honrá-lo e querê-lo no irmão que ainda te não pode amar.
XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 167.