Transmissão de Riqueza
O principio, segundo o qual ele é apenas depositário da fortuna de que Deus lhe
permite gozar durante a vida, tira ao homem o direito de transmiti-la aos seus descendentes?
O homem pode perfeitamente transmitir, por sua morte, aquilo de que gozou durante a
vida, porque o efeito desse direito está subordinado sempre à vontade de Deus, que pode,
quando quiser, impedir que aqueles descendentes gozem do que lhes foi transmitido. Não é
outra a razão por que desmoronam fortunas que parecem solidamente constituídas. E, pois,
impotente a vontade do homem para conservar nas mãos da sua descendência a fortuna que
possua. Isso, entretanto, não o priva do direito de transmitir o empréstimo que recebeu de
Deus, uma vez que Deus pode retirá-lo, quando o julgue oportuno. - São Luís. (Paris, 1860.)
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 16. Item 15.