O Pirilampo
Nunca te afirme imprestável.
Num aldeamento de colonização, surgiu um químico dedicado à fabricação de remédios pesquisando as qualidades de certo arbusto que existia unicamente em cavernas.
Detendo informe de antigos habitantes da região, muniu-se de lâmpada elétrica, vela e fósforos para descer aos escaninhos de grande furna.
O homem começou a distanciar-se da luz do sol e porque a sombra se condenasse, acendeu a lâmpada desdobrando uma corda que, na corda, lhe orientasse o caminho.
A breves instantes, porém, as pilhas se esgotaram. Recorreu aos fósforos e inflamou a vela, entretanto, a vela se derreteu e os fósforos foram gastos inteiramente, sem que ele atingisse o que desejava.
Dispunha-se ao regresso, quando viu em pequeno recôncavo do espaço estreito e escuro o brilho intermitente de um pirilampo.
Aproximou-se curioso e, à frente dessa luz, achou a planta que buscava, com enorme proveito na tarefa a que se propunha.
Anotemos a conclusão.
Quem não pode ser a luz solar, terá possivelmente o clarão da lâmpada.
Quem não consegue ser a lâmpada terá consigo o valor da uma vela acesa ou de um fósforo chamejante.
E quem não disponha de meios a fim de substituir a vela e o fósforo, trará sem dúvida, o brilho de um pirilampo.
XAVIER, Francisco Cândido. Recados do Além. Pelo Espírito Emmanuel. IDEAL. Capítulo 19.