"Pois toda criatura de Deus é boa e nada deve ser rejeitado, se é recebido com gratidão." (1ª Epístola à Timóteo: capítulo 4º, versículo 4.)
Como hábito, uma que outra vez com regularidade, altera o ritmo das atividades do quotidiano, a fim de haurires na comunhão da Natureza a necessária harmonia para o prosseguimento dos labores abençoados.
Uma evasão da cidade agitada na direcão do bosque;
Uma excursão a um local bucólico e ameno;
Uma jornada aos campos dos arredores;
Uma caminhada pela orla marinha;
Um convescote à montanha...
Paisagens novas, inabituais à contemplação, ao exercício, à reflexão.
Neste recanto uma delicada flor oscilando em haste tênue; do alto visão
ampliada, superando detalhes e vencendo distâncias; em volta o ar rarefeito,
dúlcido, respirável; pequenas boninas salpicando o verdor de todos os tons; o
pulsar do corpo gigante do mar; búzios e algas variados pelas praias, despertando atenção; painéis coloridos, variados, o céu, o sol, a vida...
Detém-te um pouco a considerar a harmonia que palpita em toda parte, ausculta o coração da Natureza, deixa-te arrastar.
Refaze programações, renova o entusiasmo, desasfixiando-te, eliminando tóxicos, miasmas que te excitam no dia-a-dia ou te entorpecem na maior parte das horas...
Faze, porém, tua busca de harmonia com simplicidade.
Nada de complexas, exaustivas arrumações: barracas, farnéis, guloseimas, isto, aquilo..
Algumas horas nada são. Não devem ser complicadas, de modo a não se converterem em nova inquietação, diferente ansiedade.
Se, todavia, acreditares não dispor de tempo, de oportunidade, de meios - recurso nenhum, senão disposiçãO, - abre a janela, à noite e fala às estrelas, escuta os astros fulgurantes, harmoniza-te.
Harmonia é também pão e medicamento. Não prescindirás dela se pretendes lograr êxito.
Mesmo Jesus, após as atividades de cada dia, ao lado dos amigos, refugiava-se, longe das multidões, no contato com a Natureza, orando, para prosseguir em harmonia com o Pai. E como afirma Paulo que "toda criatura de Deus é boa", mister se faz desdobrar essa natural bondade, a fim de que, em harmonia, tudo receba "com gratidão".
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 27.