Questões 757 a 759 - Duelo
Respostas dos guias espirituais para Allan Kardec no Livro dos Espíritos.
757. Pode-se considerar o duelo como um caso de legítima defesa?
"Não; é um assassínio e um costume absurdo, digno dos bárbaros. Com uma civilização mais adiantada e mais moral, o homem compreenderá que o duelo é tão ridículo quanto os combates que outrora se consideravam como o juízo de Deus."
758. Poder-se-á considerar o duelo como um assassínio por parte daquele que, conhecendo a sua própria fraqueza, tem a quase certeza de que sucumbirá?
758a. - E quando as probabilidades são as mesmas para ambos os duelistas, haverá assassínio ou suicídio?
759. Que valor tem o que se chama ponto de honra, em matéria de duelo?
"Orgulho e vaidade: dupla chaga da Humanidade."
759a. - Mas, não há casos em que a honra se acha verdadeiramente empenhada e em que uma recusa fora covardia?
"Isso depende dos usos e costumes. Cada país e cada século tem a esse respeito um modo de ver diferente. Quando os homens forem melhores e estiverem mais adiantados em moral, compreenderão que o verdadeiro ponto de honra está acima das paixões terrenas e que não é matando, nem se deixando matar, que repararão agravos."
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995.
Comentário de Allan Kardec:
Em todos os casos, mesmo quando as probabilidades são idênticas para ambos os combatentes, o duelista incorre em culpa, primeiro, porque atenta friamente e de propósito deliberado contra a vida de seu semelhante; depois, porque expõe inutilmente a sua própria vida, sem proveito para ninguém.